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terça-feira, 27 de março de 2012

Música é tudo. Tudo é política.

A rigor, tudo é política. Se entendermos que a política não é só aquela partidária, institucional, mas sim tomada de posição diante dos fatos que a vida nos apresenta incessantemente, veremos que é impossível "não ser um ser político". Até a chamada posição "neutra" (?) é uma tomada de posição.
Alguns se sentem mais chamados a assumir uma posição, seja de um lado, seja de outro, já que em cima do muro não há equilíbrio.
Também na música não é diferente. As distorções, arbitrariedades, desigualdades sociais, e a imposição de um pensamento único não encontram eco entre muitos dos nossos artistas. (Benditos sejam!)
E daí, como cada ser milita no que gosta e no que sabe fazer melhor - uns são ótimos articulistas, outros são excelentes em discursos, há os que lideram com naturalidade em prol de uma causa, enfim, há os que através da ideia/palavra cantada, dizem de que lado estão.
E conclamam, convocam à luta, muitas vezes burlando os censores de plantão, através de seu canto. Quem é "do mesmo lado" entende o recado; quem é do outro, nem sempre. Por isso não era tão difícil, em tempos de ditadura no Brasil, por exemplo, driblar este patrulhamento. Mas isto também foi um aprendizado; nem todos tiveram a mesma sutileza e deram, de fato, a cara a tapa.
Por isso, mais do que justo iniciarmos este tópico "Música e Política" com uma música que há mais de 4 décadas é tida como o hino de resistência à repressão: "Pra não dizer que não falei das flores", de Geraldo Vandré, que sofreu duramente as consequências de ter enfrentado o desafio de cantar esta música num Festival lotado de fãs, por um lado, e de brutamontes a serviço da ditadura, de outro.



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